terça-feira, 2 de março de 2010

Ás vezes...


Ás vezes há coisas que não se percebem... coisas, memórias, sentimentos, lembranças que vão e vêm... magoam, passam... voltam e magoam outra vez... ás vezes a vida é mesmo assim, da maneira que nós menos queremos que ela seja...
Vai-nos obrigando a saber desistir quando o que mais queremos é lutar, obriga a esquecer mesmo que a vontade esteja toda em lembrar e no ar fica sempre a sensação do que seria mais correcto, se fizemos bem ou se fizemos mal ficando unica e somente a paz de ter feito aquilo que achamos que deveria ser feito, tornando-nos de novo donos da nossa vida, voltamos a ser nós quem traça o nosso destino ou julgamos que assim seja, na tentativa de a tornar mais fácil, mais simples, mais leve, melhor..
Ás vezes a vida obriganos a mudar aquilo que até então pensavamos não ter solução, queimar recordações, esquecer memórias... apagar, apagar o que de mais belo tinhamos para recordar... apagar a memória sem medo que ela se perca por aí para sempre... impedindo de lembrar cada momento, cada segundo, cada frase, cada música, cada palavra, cada gesto, cada sentimento, promessa ou ilusão...
Fica só a sensação do ter de partir sem medo, tristeza e partir para outro "mundo" mesmo quando a vontade nos prende "neste", partir e seguir outro caminho, outros ideais e mesmo que não haja caminho, a obrigaçao implica o recurso de forças para o fazer com os proprios pés... Nesta caminhada a única companhia é a certeza de que foi o mais correcto, o mais acertado...
Ás vezes é preciso aprender a perder, sentir que o mundo nos sai de baixo dos pés dia sim dia sim, perceber que as coisas não serão jamais como nós queremos e que afinal a vontade não vale de nada, aprender a ouvir e calar, a controlar, a calar o que se sente, o que se deseja, o que mais queremos mostrar...
Ás vezes mesmo que custe e mesmo que a voz queira sair tremida há que fazê-la sair bem firme e quando o coraçao parece não arranjar mais coordenaçao há que domá-lo e esperar que ele nos respeite porque nem sempre ele pode estar correcto...
Ás vezes é preciso perceber que mesmo não querendo as coisas podem ser assim e há que aceitar e tentar que tudo seja compensado de uma ou outra forma...

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